A rede norte-americana ABC anunciou a suspensão indefinida do programa Jimmy Kimmel Live!, uma das atrações mais tradicionais da televisão norte-americana, após polêmicos comentários feitos pelo apresentador sobre a morte de Charlie Kirk, ativista conservador e fundador da Turning Point USA.
Durante um dos episódios recentes, Kimmel afirmou que “muitos na MAGA estão trabalhando duro para capitalizar o assassinato de Charlie Kirk”, declaração que rapidamente repercutiu de forma negativa nas redes sociais e junto a políticos conservadores. O comentário foi considerado insensível e ofensivo por críticos e por representantes do Partido Republicano, desencadeando a crise que culminou na suspensão.

Além das críticas públicas, afiliadas da ABC como Nexstar e Sinclair — responsáveis por retransmitir o programa em várias regiões dos Estados Unidos — anunciaram que não exibiriam mais Jimmy Kimmel Live! até que houvesse algum tipo de retratação. O caso também ganhou ares institucionais quando Brendan Carr, presidente da Comissão Federal de Comunicações (FCC), declarou que a fala de Kimmel “não apenas ultrapassou o limite do bom senso, como também levanta questões sobre a responsabilidade editorial de uma emissora nacional”. Embora a FCC não tenha poder direto de censura, o comentário aumentou a pressão regulatória sobre a Disney, controladora da ABC.
Segundo reportagens da imprensa norte-americana, alguns grupos ligados a Sinclair e outros afiliados exigem que Kimmel faça um pedido de desculpas público ou até realize ações compensatórias, como doações para instituições ligadas à família de Charlie Kirk ou à própria Turning Point USA. Até o momento, o apresentador não comentou oficialmente sobre as condições. Enquanto a crise segue em aberto, a ABC optou por substituir Jimmy Kimmel Live! na grade com reprises de outros programas, como Celebrity Family Feud.
O episódio reacende um debate recorrente nos Estados Unidos: até onde vai a liberdade de expressão de apresentadores e humoristas em programas de TV abertos? Kimmel, conhecido por seu humor ácido e por críticas a políticos conservadores, já esteve no centro de polêmicas anteriores, mas esta é a primeira vez em que sua atração é suspensa oficialmente pela emissora.
Para críticos, a suspensão coloca em risco a independência criativa do entretenimento televisivo, enquanto apoiadores da medida argumentam que comentários como os de Kimmel não podem ser normalizados em rede nacional, especialmente em um país polarizado e em um contexto de violência política crescente.
Futuro incerto de Jimmy Kimmel
Ainda não há prazo definido para o retorno do programa, que está no ar desde 2003 e já acumula mais de 20 temporadas. Com a suspensão, a permanência de Jimmy Kimmel na ABC passa a ser incerta, e especulações já indicam que ele poderia migrar para plataformas de streaming, caso a emissora mantenha a decisão. O episódio marca um dos momentos mais turbulentos da carreira do apresentador e também reforça a crescente tensão entre Hollywood, política e mídia nos Estados Unidos.
