O ex-assistente pessoal de Sean Combs (P Diddy), David James, prestou um novo depoimento nesta terça-feira (20), como parte do julgamento que envolve o magnata da música norte-americana, acusado de tráfico sexual, conspiração e outros crimes graves. Em sua fala, James revelou detalhes da rotina do rapper durante viagens, especialmente sobre a forma como ele organizava estadias em hotéis e realizava compras pessoais com dinheiro vivo para evitar qualquer tipo de registro.

Segundo o ex-assistente, o hotel preferido de P Diddy em Nova York era o Trump International. Ele explicou que, antes da chegada do artista, preparava o quarto com roupas, comidas, bebidas, uma bolsa de higiene pessoal, uma necessaire com medicamentos e uma seleção de cerca de 40 produtos de cuidados com a pele para serem organizados no banheiro.
Ecstasy, percocet e dinheiro sem rastreio
James relatou que a chamada “bolsa de medicamentos” de Diddy frequentemente continha entre 25 e 30 frascos de pílulas, incluindo substâncias como ecstasy e percocet (um opioide que mistura oxicodona e paracetamol). Segundo ele, alguns frascos não tinham rótulo, o que levantou preocupações sobre a origem e o conteúdo dos comprimidos.
Além disso, o ex-assistente contou que seguranças pessoais de P Diddy sempre carregavam uma bolsa Louis Vuitton com dinheiro vivo, normalmente contendo mais de US$ 10 mil (aproximadamente R$ 57 mil).
Durante as viagens, James ficava encarregado de repor alimentos, bebidas e outros itens. Ele era reembolsado pela empresa Bad Boy Entertainment, de propriedade de Diddy. No entanto, quando a reposição envolvia “itens pessoais”, como óleo de bebê, lubrificante e preservativos, James dizia à equipe de segurança que precisava do dinheiro diretamente da bolsa de Diddy, para evitar qualquer registro formal da compra.
“Diddy não queria ter rastreio desses itens”, explicou. “Por isso, eu não pedia reembolso à empresa. Pegava o valor em espécie com a segurança.”
Estratégia de pagamento de P Diddy foi confirmada em tribunal
O advogado de defesa, Marc Agnifilo, questionou James sobre o motivo de não haver registros desses gastos com a empresa. James reforçou que os pagamentos em dinheiro tinham esse propósito: evitar vínculo direto com a Bad Boy Entertainment.
“Quero dizer, é tudo dinheiro dele”, declarou o ex-assistente ao ser pressionado.
O testemunho amplia a percepção pública sobre o estilo de vida e os métodos pouco convencionais de Sean Combs, e se soma a outros relatos que apontam para um suposto esquema de ocultação de condutas ilegais e abusos.
Mais: Ex-assistente conta como preparava quartos de hotel para Sean “Diddy“ Combs | CNN Brasil