Eternos | Chloé Zhao revela o maior erro e explica como isso impactou sua carreira

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Diretora aponta que os “recursos ilimitados” da Marvel foram um risco criativo perigoso

Quase quatro anos após o lançamento de Eternos (2021), a diretora Chloé Zhao finalmente refletiu sobre os desafios e aprendizados de sua única experiência na Marvel Studios. Em entrevista à Vanity Fair, a cineasta, atualmente focada em seu próximo projeto Hamnet, apontou o que considera ter sido o maior erro da superprodução: a ausência de limitações.

“Eternos me preparou para Hamnet porque também é uma construção de mundo. Antes disso, eu só tinha feito filmes que existiam no mundo real. Também aprendi o que fazer e o que não fazer — o que é realista e o que não é. Na Marvel Studios, nós tínhamos, tipo, uma quantidade ilimitada de dinheiro e recursos, e agora, eu tenho um limite muito bem definido.”

A diretora foi ainda mais direta sobre como isso afetou sua visão criativa:

“Eu não tinha muitas limitações [na Disney], e isso é muito perigoso. Agora que tenho algo pré-estabelecido e, de repente, tudo tem um significado.”

Eternos fracassou

Com orçamento de aproximadamente US$ 200 milhões, Eternos acabou sendo uma das apostas mais ousadas da Fase 4 do MCU. O longa arrecadou cerca de US$ 405 milhões mundialmente, mas ficou aquém das expectativas da Marvel, tanto em termos de bilheteria quanto de repercussão crítica. Ainda assim, Zhao afirma que o processo foi fundamental para que ela entendesse os riscos de trabalhar sem restrições criativas.

Enquanto Eternos segue disponível no catálogo do Disney+, Zhao direciona sua energia para projetos mais autorais, deixando claro que, embora não descarte parcerias com grandes estúdios no futuro, prefere agora trabalhar em histórias que preservem limites mais claros — algo que, para ela, se traduz em maior significado artístico.

Fonte: Vanity Fair

Eternos foi injustiçado? Uma análise sobre o filme mais subestimado da Marvel

Entre críticas divididas e falta de conexão com o MCU, longa acabou sendo ignorado apesar de seu potencial

Lançado em 2021, Eternos rapidamente foi taxado como um dos pontos baixos da Marvel Studios. A produção arrecadou pouco mais de US$ 400 milhões, um número modesto para os padrões do estúdio, e dividiu fortemente a crítica especializada. No entanto, será que o longa realmente merece o rótulo de fracasso absoluto? Para muitos, a resposta é não.

O filme de Chloé Zhao apresenta um dos elencos mais talentosos do MCU, com nomes como Gemma Chan, Richard Madden, Angelina Jolie, Salma Hayek e Kumail Nanjiani. As cenas de ação têm escala épica, a fotografia é impecável e a trama, centrada em uma equipe imortal que acompanha a evolução da humanidade, entrega boas reviravoltas e ideias novas dentro de um universo já saturado de fórmulas repetidas.

O problema talvez não esteja no filme em si, mas em como ele foi recebido. Eternos trouxe personagens impopulares para o grande público e contou com uma campanha de marketing tímida, muito aquém de outros blockbusters da Marvel. Para piorar, o público do MCU se acostumou a um tipo específico de narrativa: fan-service, conexões constantes entre filmes e easter eggs para alimentar teorias.

Como Eternos preferiu se distanciar disso, criando uma história quase isolada e ousando expandir o universo em outra direção, não agradou a parcela de fãs que cobra constantemente por grandes crossovers. O resultado foi uma rejeição prematura que acabou impactando o futuro da própria franquia.

A maior prova é que o arco dos Celestiais, introduzido no filme, foi simplesmente ignorado nas produções seguintes do estúdio. Uma pena, já que havia espaço para que esse elemento se tornasse uma das tramas mais interessantes e originais do MCU.

Talvez, com o tempo, Eternos seja reavaliado e reconhecido não como uma “bomba”, mas como um dos projetos mais ambiciosos e subestimados da Marvel.

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