A possível compra da Warner Bros. Discovery e suas propriedades pela Netflix tem movimentado muito além da internet. A fusão entre as gigantes do entretenimento anda preocupando todo o mercado e deixando os concorrentes em alerta, incluindo Bob Iger e os executivos da Disney.
Em entrevista ao Squawk Box, da CNBC, o CEO da Disney evitou apoiar a Netflix ou a Paramount Skydance na corrida pela aquisição da Warner Bros. Discovery, mas questionou o risco evidente sobre o equilíbrio de mercado de streaming:
“Será que uma empresa teria poder demais sobre os preços? E será que esse domínio seria prejudicial ao consumidor?”
Iger também demonstrou sua preocupação que uma fusão dessa magnitude pode e terá sobre o mercado cinematográfico e como impactará estúdios e redes de cinema. Acontece que, conforme o próprio executivo lembrou na entrevista, o cinema precisa de uma grade de lançamentos contínua, algo que pode ser prejudicado com tantas propriedades sob uma mesma empresa.

O que Bob Iger diz sobre as aquisições recentes da Disney?
É óbvio que parece hipócrita da parte de Bob Iger questionar a aquisição de propriedades por uma mesma empresa, já que a Disney detém diversas gigantes do entretenimento, incluindo Marvel Studios, Lucasfilm, Pixar, 21st Century Fox, entre outras. No entanto, ele afirma que a Disney se preocupa em manter a saúde do mercado cinematográfico, lembrando que na última década o estúdio lançou 33 filmes que superaram a marca do US$ 1 bilhão nas bilheterias mundiais.
Bob Iger também falou especificamente sobre a aquisição da 21st Century Fox por US$71 milhões em 2019, definindo como um movimento estratégico para fortalecer seu catálogo antes da explosão do serviços de streaming:
“Entramos no jogo cedo. Acreditávamos que precisávamos de mais IPs de qualidade e mais talento. Hoje, olhamos para o que fizemos e vemos outros tentando alcançar esse mesmo espaço”
Por fim, enquanto a regulação antitruste nos Estados Unidos analisa a oferta de US$82,7 milhões da Netflix e a ofensiva de US$108 milhões da Paramount Skydance e os possíveis impactos no mercado de mídia e entretenimento, Bob Iger concluiu a posição atual da Disney:
“É bom ser apenas um observador neste momento.”
