Com a morte do Papa Francisco em abril de 2025 e o início do conclave que definirá seu sucessor, voltou à tona uma antiga e controversa tradição: a Profecia de São Malaquias. Para muitos, trata-se apenas de um texto enigmático. No entanto, há quem acredite que essa sequência de lemas latinos possa prever o fim de uma era dentro da Igreja Católica.

O que é a Profecia de São Malaquias?
A profecia é atribuída a São Malaquias, arcebispo irlandês do século XII. Segundo a tradição, ele teria tido uma visão durante uma viagem a Roma. Nela, viu a sucessão dos papas até o fim dos tempos. O resultado dessa visão foi uma lista com 112 lemas em latim, cada um supostamente representando um pontífice. Os primeiros pareceram se encaixar em papas já conhecidos na época da publicação — o que levantou suspeitas quanto à sua origem.
Diversos historiadores sustentam que o texto, na verdade, tem origem no século XVI. Nesse período, a eleição de papas era repleta de intrigas políticas. Assim, muitos acreditam que a profecia foi forjada para favorecer um candidato específico ao trono de Pedro. Ainda assim, a narrativa permaneceu viva, especialmente entre estudiosos de escatologia e movimentos católicos mais conservadores.
De acordo com a lista, o Papa Francisco seria o penúltimo pontífice, descrito pelo lema “Pedro, o Romano”. Esse suposto último papa governaria a Igreja durante um tempo de grandes tribulações, o que, segundo alguns intérpretes, culminaria na destruição de Roma e no Juízo Final. Esses elementos se baseiam também em leituras apocalípticas, como o capítulo 17 do Livro do Apocalipse.
O “oitavo rei” do Apocalipse e as especulações atuais
Paralelamente à profecia de São Malaquias, há quem relacione o próximo papa à figura do chamado “oitavo rei”, descrita no Apocalipse. De acordo com algumas interpretações, essa figura sucederia sete reis anteriores e traria consigo uma nova fase, marcada por mudanças drásticas e desafios espirituais intensos. Embora essas teorias não encontrem respaldo oficial dentro da Igreja, elas alimentam discussões em comunidades religiosas e fóruns teológicos ao redor do mundo.
Entre os nomes cogitados para o novo pontificado, muitos acreditam que sua escolha poderá confirmar ou refutar essas profecias. Não faltam especulações sobre o que o novo papa representará: continuidade, ruptura ou até mesmo um sinal dos tempos. Vale lembrar, porém, que essas leituras são vistas com cautela por estudiosos sérios e por grande parte do clero.

As profecias, quando analisadas fora de seu contexto histórico, tendem a ganhar contornos simbólicos e místicos. E embora fascinem, não devem substituir o discernimento racional e a fé consciente. Ainda assim, o momento vivido pela Igreja Católica em 2025 abre espaço para reflexões profundas sobre sua liderança, seu futuro e a força dos símbolos que a cercam.