Por que a crítica de Peter Jordan a Pacificador e Superman não faz sentido

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A declaração de Peter Jordan, do canal EiNerd, gerou repercussão ao questionar a fala de James Gunn sobre a conexão entre a segunda temporada de Pacificador e os filmes do Superman no DCU. No X, Peter escreveu:

“Uma série onde o protagonista cheira uma carreira de pó, faz uma orgia com nudez explícita na tela, peito, bunda, pinto, bola… é um PREQUEL pra um filme do Superman que mira o público infantil? Eu espero que seja mentira”.

Respeito o trabalho de Peter e reconheço sua influência (muito maior que a minha), mas a crítica, nesse caso, não se sustenta. O incômodo com a linguagem de Pacificador é compreensível — eu mesmo não sou o maior fã desse estilo mais explícito —, mas é impossível negar que a série é coerente dentro do que se propõe e apresenta uma trama bem construída.

O DCU de James Gunn aposta em variedade de tons

Desde o início, James Gunn deixou claro que o DCU teria variedade de gêneros e tons. Dentro desse universo, há espaço para projetos de terror, comédia, drama e ação, todos coexistindo em uma mesma linha narrativa. O objetivo é justamente abraçar diferentes públicos sem restringir o DCU a uma única fórmula.

O incômodo com essa diversidade é natural, mas vale refletir: não era justamente essa repetição da fórmula que levou o MCU ao desgaste? A Marvel acertou por anos com um tom padrão, mas a previsibilidade acabou se tornando um problema. Gunn, ao contrário, aposta na pluralidade como diferencial.

Seguindo a lógica da crítica de Peter, o DCU só poderia existir se cada produção tivesse o mesmo tom e linguagem — o que, na prática, transformaria o universo em franquias independentes, sem a riqueza de estilos que a proposta atual traz.

Quando Gunn afirma que Pacificador se conecta diretamente a Superman (2025) e a Homem do Amanhã (2027), não está falando de tom ou faixa etária, mas de narrativa compartilhada. Alguns arcos da série reagem aos eventos do primeiro filme e apontam para o que veremos no futuro. É assim que se constrói uma continuidade coesa, mesmo com obras muito diferentes em abordagem.

No fim, o público do DCU inevitavelmente vai se incomodar com uma produção ou outra. Mas esse é o preço de se fugir da “fórmula mágica” repetida à exaustão. Se o DCU quer ser realmente ousado, precisa abraçar tanto o humor ácido e exagerado de Pacificador quanto a esperança solar de Superman. É a soma dos contrastes que vai dar identidade a esse novo universo.

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