Na madrugada desta quinta-feira (13), Israel voltou a atacar alvos militares no Irã, em um movimento que reacendeu os temores de um conflito de escala global. O ataque teria ocorrido próximo à cidade de Isfahan, considerada estratégica por abrigar instalações nucleares e bases aéreas.
A resposta iraniana não demorou. Em um comunicado emitido horas depois, o governo do Irã não confirmou oficialmente a autoria do contra-ataque, mas deixou uma mensagem clara:
“Apenas saibam que eles não começaram.”
A frase, atribuída a uma autoridade do alto escalão da Guarda Revolucionária Iraniana, carrega um tom sombrio. Para muitos analistas, trata-se de um sinal de que a escalada ainda está longe do fim.
Por que o mundo teme uma nova guerra?
A relação entre Israel e Irã vem se deteriorando há décadas. No entanto, os episódios mais recentes — especialmente após o ataque coordenado do Hamas em 7 de outubro de 2023 e a retaliação de Israel em Gaza — ampliaram drasticamente o risco de um confronto direto entre potências.
O envolvimento indireto dos Estados Unidos e a retórica crescente de aliados do Irã, como Rússia e China, tornam o cenário ainda mais delicado. Caso o conflito ultrapasse as fronteiras do Oriente Médio, o mundo pode caminhar para uma Terceira Guerra Mundial.
Relembre outros momentos em que o mundo temeu a Terceira Guerra Mundia
Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, o planeta já presenciou momentos críticos em que o risco de um conflito global parecia iminente. Veja abaixo os principais episódios:
Crise dos Mísseis de Cuba (1962)
Foi, sem dúvida, o momento mais próximo da guerra nuclear. A instalação de mísseis soviéticos em Cuba, a poucos quilômetros dos EUA, colocou Washington e Moscou em rota de colisão. A diplomacia de John F. Kennedy e Nikita Khrushchev evitou o pior — por muito pouco.
Guerra da Coreia (1950–1953)
Envolvendo China, União Soviética, EUA e ONU, o conflito poderia ter escalado rapidamente. A guerra terminou com um armistício, mas a divisão entre as Coreias persiste até hoje.
Guerra do Vietnã (1955–1975)
O envolvimento dos EUA no Vietnã contra forças comunistas apoiadas pela China e URSS gerou forte temor de uma guerra total. Apesar das perdas gigantescas, o conflito permaneceu regional.
Invasão da Tchecoslováquia (1968)
Quando tropas do Pacto de Varsóvia esmagaram a Primavera de Praga, o Ocidente temeu um confronto. Mas não houve reação direta da OTAN, o que evitou o colapso da estabilidade europeia.

Guerra Indo-Paquistanesa (1971)
Dois países com armas nucleares entraram em guerra, com apoio indireto das superpotências. O clima ficou tenso quando navios americanos e soviéticos se aproximaram da Baía de Bengala. O confronto, contudo, permaneceu contido.
Exercício “Able Archer” (1983)
Durante a Guerra Fria, a simulação da OTAN foi interpretada pela União Soviética como um ataque real iminente. Moscou se preparou para um ataque nuclear preventivo. A crise só foi evitada graças à hesitação de líderes soviéticos.
11 de Setembro e a Guerra ao Terror (2001)
Os ataques terroristas nos EUA provocaram a invasão do Afeganistão e, depois, do Iraque. O receio era que a instabilidade no Oriente Médio, somada a ameaças nucleares de países como Irã e Coreia do Norte, pudesse gerar um conflito entre potências.
Invasão da Ucrânia pela Rússia (2022)
O ataque da Rússia à Ucrânia é, até hoje, o maior conflito armado em solo europeu desde 1945. A resposta ocidental, com envio de armas e sanções, gerou receio de confronto direto entre a OTAN e Moscou.

Tensão China x Taiwan
Taiwan é considerada parte do território chinês pelo regime de Pequim. As movimentações militares na região aumentaram, e os EUA prometeram defender a ilha em caso de invasão. Qualquer erro de cálculo poderia levar à guerra entre China e Estados Unidos.
Conflito Israel x Irã e a escalada atual
O conflito direto entre Israel e Irã é considerado, por muitos especialistas, um dos gatilhos mais perigosos para uma Terceira Guerra Mundial. Ambos possuem poderio militar elevado, aliados estratégicos e influência em regiões-chave do mundo.

Com o novo ataque desta madrugada e a resposta velada do Irã, o tabuleiro internacional entra em estado de alerta máximo. A ONU convocou uma reunião emergencial, e diversos países europeus reforçaram medidas de segurança.
Um futuro incerto
Enquanto líderes globais apelam por calma, os olhos do mundo se voltam ao Oriente Médio. A frase dita pelo Irã — “apenas saibam que eles não começaram” — ressoa como um aviso sombrio de que algo maior pode estar por vir.
A história já mostrou que a paz internacional pode ser frágil. Cada passo dado por líderes de nações em conflito pode determinar se o planeta caminhará para a paz — ou para a guerra total.