Luigi Mangione: o homem acusado de assassinar o CEO da UnitedHealthcare

luigi mangione

Em dezembro de 2024, um caso abalou os Estados Unidos e rapidamente ganhou repercussão internacional. Luigi Mangione, jovem de pouco mais de 25 anos e formado por uma universidade da Ivy League, foi preso acusado de assassinar Brian Thompson, CEO da gigante de seguros de saúde UnitedHealthcare. O crime não apenas chamou atenção pela brutalidade, mas também pelo que passou a simbolizar para parte da população americana: uma manifestação extrema contra um sistema de saúde considerado por muitos injusto e excludente.

O crime em Manhattan

Na noite de 4 de dezembro de 2024, Brian Thompson participava de um evento do setor de saúde em Manhattan, Nova York. Do lado de fora do hotel, ele foi surpreendido por um atirador que utilizava uma arma equipada com silenciador. A cena causou pânico entre os presentes, mas o responsável conseguiu fugir em meio ao caos. Testemunhas relataram que o homem escapou em uma bicicleta, cortando caminho por trechos do Central Park.

Alguns dias depois, a polícia anunciou a prisão de Luigi Mangione em Altoona, Pensilvânia. O suspeito havia sido reconhecido por um funcionário em uma lanchonete de fast-food, onde tentou se esconder discretamente. Quando seu nome veio a público, o caso tomou uma dimensão ainda maior.

Quem é Luigi Mangione

Luigi Mangione não é um criminoso comum. Descrito como um jovem brilhante, estudou programação e robótica, chegando a trabalhar como engenheiro de dados. Porém, seus últimos anos foram marcados por um isolamento crescente e uma aparente frustração com o sistema de saúde americano. Investigações revelaram que ele vinha pesquisando e monitorando executivos da área de seguros de saúde, embora ainda não esteja claro se Brian Thompson era seu alvo principal ou apenas mais uma peça em um plano maior.

As acusações

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Mangione foi indiciado tanto no estado de Nova York quanto em nível federal. Entre os crimes que constavam contra ele estavam assassinato, posse ilegal de armas de fogo com silenciador, perseguição interestadual e até mesmo acusações de terrorismo. As acusações federais o colocavam sob risco de enfrentar a pena de morte, algo raro em crimes ligados a indivíduos isolados, mas que o governo americano entendeu como necessário pela gravidade e repercussão do caso.

No entanto, em setembro de 2025, um juiz de Nova York rejeitou as acusações de terrorismo. Para a corte, não havia provas suficientes de que Mangione agira com o objetivo de intimidar a população ou de influenciar políticas públicas, requisitos legais para a caracterização desse tipo de crime. Apesar disso, ele ainda enfrenta acusações gravíssimas de assassinato em segundo grau e posse ilegal de armas, podendo pegar prisão perpétua.

Repercussão e polarização

Se por um lado Mangione passou a ser retratado como um assassino frio e calculista, por outro ganhou uma onda de simpatizantes nas redes sociais. Grupos de ativistas contrários às seguradoras privadas o enxergaram como alguém que atacou diretamente um símbolo do sistema de saúde que, segundo eles, lucra com o sofrimento da população. Chegou a ser organizada uma arrecadação de fundos para sua defesa, com milhares de dólares doados em questão de dias.

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Essa divisão reacendeu debates sobre os custos médicos nos Estados Unidos e a influência das grandes corporações no setor. Ao mesmo tempo, levantou preocupações sobre como narrativas de “justiça pelas próprias mãos” podem ser potencializadas nas redes sociais, transformando um acusado de assassinato em uma espécie de mártir digital.

Mistério e incerteza

Até hoje, não está completamente claro qual foi a verdadeira motivação de Luigi Mangione. Foi um ataque direcionado especificamente contra Brian Thompson? Ou o CEO era apenas o rosto mais visível de um sistema que ele odiava? Documentos encontrados em seu computador sugerem um planejamento meticuloso, mas a defesa insiste que muitas dessas provas foram mal interpretadas ou obtidas de maneira questionável.

A ausência de um manifesto público, como acontece em outros crimes motivados por ideologia, também contribui para o mistério. Se havia um objetivo político, ele nunca foi claramente declarado. E se havia apenas ódio pessoal ou psicológico, até agora isso também não foi plenamente comprovado.

Um crime para a história

O caso Luigi Mangione ainda está em andamento nos tribunais, mas já ocupa espaço garantido entre os episódios criminais mais comentados dos últimos anos. Ao mesmo tempo em que escancara falhas e tensões do sistema de saúde dos EUA, também mostra os perigos de uma radicalização silenciosa que pode transformar um jovem promissor em acusado de assassinato.

No Arquivo Macabro, ele se junta a outros casos em que crime, mistério e contexto social se misturam, lembrando que nem sempre a realidade é menos assustadora do que a ficção.

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