Confesso que comecei a segunda temporada de Andor com as expectativas nas alturas — e ainda assim, ela me surpreendeu. Depois de uma primeira temporada que já tinha subvertido tudo o que imaginávamos de uma série Star Wars, essa nova leva de episódios não só aprofunda o que foi construído antes, como eleva a franquia a um novo patamar narrativo.
O peso da resistência
Uma das coisas mais fascinantes em Andor é o jeito como ela trata a rebelião não como uma aventura, mas como um fardo. Aqui, a resistência não é glamourizada — ela é suja, difícil, moralmente ambígua. Cada decisão tem um custo. Cada vitória, um trauma. A série nos faz pensar sobre o que significa, de fato, lutar por liberdade quando se está cercado por um sistema que parece invencível.
Além disso, Cassian Andor, interpretado de forma brilhante por Diego Luna, não é um herói clássico. Ele é um sobrevivente. E isso torna tudo mais real, mais próximo. Ver sua evolução é assistir ao nascimento de um ícone, mas de um jeito silencioso, quase trágico.
Política e humanidade no coração da trama
Mon Mothma (Genevieve O’Reilly) e Luthen Rael (Stellan Skarsgård) continuam sendo dois dos personagens mais fascinantes da série. Seus dilemas políticos e morais trazem uma profundidade raramente explorada no universo Star Wars.
Há uma cena específica — e você vai saber qual é quando assistir — que mostra Luthen fazendo um discurso que é, honestamente, uma das falas mais poderosas já escritas na franquia. Ali, você entende que Andor está jogando em outro nível.
Uma série que respeita sua inteligência
A estrutura em arcos de três episódios é uma escolha ousada e extremamente eficaz. Permite que cada segmento respire, se desenvolva, e entregue reviravoltas significativas sem pressa. E isso reflete em tudo: no ritmo, na fotografia, nos diálogos. Em resumo, não há pressa em Andor — só propósito.
O que dizem por aí (e eu concordo)
Nas redes sociais, muita gente tem dito que essa é a melhor coisa que Star Wars já fez. E olha… talvez não seja exagero. A série foi abraçada tanto pela crítica especializada quanto pelo público, com aprovação quase unânime. Isso porque forma como ela evita os clichês da franquia e constrói uma história adulta, densa e visualmente impressionante é algo raro — até fora do universo Star Wars.
Veredito da segunda temporada de Andor
Se a primeira temporada de Andor foi um experimento corajoso, a segunda é a prova definitiva de que valeu a pena. É um épico intimista, um thriller político, um drama humano — tudo isso dentro de uma galáxia muito, muito distante. E ao final do último episódio, o que resta não é só admiração. É a sensação de que, sim, ainda há espaço para originalidade dentro de grandes franquias.
Nota: 10/10 — Uma obra-prima inesperada.