Se você cresceu assistindo a personagens como Professor Xavier, Eleven ou até mesmo Dom Cobb, de A Origem, provavelmente já se pegou pensando: “Será que dá pra controlar mentes de verdade?”. Spoiler: a ciência não diz “não” tão rápido quanto você imagina.
A ideia de invadir ou influenciar pensamentos sempre pareceu pura ficção científica. Porém, com os avanços em neurociência e tecnologia neural, a fronteira entre realidade e roteiro está ficando cada vez mais borrada.
Como funciona o controle da mente na ficção?
No cinema, controlar mentes costuma envolver poderes telepáticos, como no caso dos mutantes da Marvel. Já em obras como A Origem ou Matrix, a manipulação acontece via sonho, realidade virtual ou estímulo direto ao cérebro.

O resultado, quase sempre, é o mesmo: um personagem sendo forçado a fazer algo contra a própria vontade — ou esquecendo completamente o que aconteceu.
E na vida real, a ciência já consegue controlar mentes?
A resposta curta? Muito mais do que você imagina, mas bem diferente dos filmes.
Nos últimos anos, cientistas vêm explorando as chamadas interfaces cérebro-máquina (BCI) — dispositivos que permitem a comunicação entre o cérebro humano e computadores. Com elas, já é possível controlar próteses robóticas, cadeiras de rodas, e até jogar videogames apenas com pensamentos.
Além disso, estudos em estimulação magnética transcraniana (TMS) mostram que é possível influenciar decisões simples, como qual botão apertar, sem que a pessoa perceba a intervenção.
Cientistas já tentaram implantar memórias?
Sim. Em 2014, um experimento da Universidade da Califórnia conseguiu implantar uma memória falsa em ratos usando estímulos cerebrais coordenados. Eles passaram a reagir a um cheiro como se tivessem levado choque, mesmo sem terem passado por essa experiência.
Em humanos, ainda estamos longe de manipular memórias complexas. No entanto, há indícios promissores em estudos com veteranos de guerra e pacientes com TEPT, onde a modulação de áreas específicas do cérebro altera a forma como lembranças traumáticas são acessadas.
Elon Musk, chips cerebrais e o futuro
Com projetos como o Neuralink, Elon Musk pretende desenvolver implantes cerebrais que melhorem a cognição humana e permitam comunicação direta entre pessoas, sem palavras.
Ainda estamos nos primeiros testes com seres humanos, mas se a tecnologia evoluir como planejado, a ideia de “falar com a mente” pode deixar de ser ficção nas próximas décadas.

Mas e o livre-arbítrio?
Mesmo com todos os avanços, a ciência ainda não consegue substituir a consciência. Controlar mentes, no sentido literal de assumir vontades e pensamentos, continua impossível. O cérebro humano é complexo demais — e a ética científica, ao menos por enquanto, impõe limites.
Ficção x Realidade: o veredito
Ficção: personagens controlam mentes com um olhar ou toque.
Realidade: cientistas conseguem ler sinais cerebrais, influenciar decisões simples e até simular memórias — mas o controle absoluto está fora de alcance.
Ou seja: não dá pra ser o Professor Xavier ainda. Mas dá pra conversar com o computador usando só o cérebro.