Como Treinar o Seu Dragão ganha live-action fiel, nostálgico e visualmente encantador

crítica como treinar o seu dragão

A nova adaptação estreia com respeito absoluto à animação, mas será que isso basta?

O live-action de Como Treinar o Seu Dragão, que estreia oficialmente nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (12), carrega consigo uma missão ambiciosa: adaptar para o mundo real uma das animações mais queridas das últimas décadas. E o faz de maneira surpreendentemente fiel — talvez até demais.

Ainda que a animação original tenha sido lançada em 2010, a franquia nunca saiu do imaginário popular. As sequências e a série animada mantiveram vivos os personagens e o universo de Berk por mais de uma década. Por isso, a ideia de um live-action pode soar prematura para muitos. A necessidade de recontar essa história neste momento específico do cinema pode ser questionável. No entanto, há mérito na forma como o projeto foi conduzido.

Aprende Disney

Diferente dos recentes remakes da Disney, que costumam reformular temas e mensagens para se adequarem a novas agendas, este Como Treinar o Seu Dragão não tenta reinventar a roda. A adaptação dirigida por Dean DeBlois — o mesmo responsável pela trilogia animada — opta por seguir a risca o material original. Diálogos, cenas e até mesmo movimentos inteiros são reproduzidos com precisão quase cirúrgica. Para alguns, isso pode parecer um simples “Ctrl+C, Ctrl+V” sem criatividade. Para os fãs, no entanto, é exatamente isso que torna o filme especial.

image 6

O elenco principal demonstra um respeito admirável pela animação. Mason Thames interpreta um Soluço cativante, que carrega a essência do jovem viking sonhador e deslocado. Já Nico Parker, que inicialmente enfrentou críticas por sua escalação como Astrid, surpreende com uma performance equilibrada entre força e sensibilidade — capturando com perfeição o espírito da personagem. O retorno de Gerard Butler como Stoico, papel que já havia dublado na animação, ajuda a manter a continuidade emocional. A exceção fica por conta de Cabeça-dura e Cabeça-quente, que continuam pouco carismáticos, assim como eram na versão animada.

Detalhes técnicos

Visualmente, o filme alterna entre momentos deslumbrantes e pequenas decepções. Os efeitos especiais não são hiper-realistas, especialmente no design de Banguela, que parece mais uma evolução gráfica da animação do que uma criatura palpável. Isso, no entanto, não chega a comprometer a experiência, especialmente para quem compreende que a proposta ainda flerta com o lúdico. A exceção está no 3D, que causa certo desconforto nos minutos iniciais. O foco parece instável e exige adaptação visual do público — o que pode atrapalhar a imersão inicial.

image 7

Por outro lado, o destaque técnico vai para a dublagem brasileira, que mantém o elenco original da animação. Essa decisão reforça a sensação de continuidade e nostalgia, levando os fãs diretamente de volta ao ano de 2010.

No fim das contas, o novo Como Treinar o Seu Dragão não é uma reinvenção — e nem tenta ser. É a mesma história, contada com atores reais e recursos visuais mais sofisticados. Para alguns, isso pode soar como falta de ousadia. Para outros, especialmente os admiradores da franquia, é simplesmente perfeito.

Avaliação: 9 de 10.

Como Treinar o Seu Dragão no Rotten Tomatoes

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *