Se na Terra-1 a esperança foi representada pela Liga da Justiça e na Terra-2 pela Sociedade da Justiça, na sombria Terra-X a chama da resistência ficou a cargo dos Combatentes da Liberdade (Freedom Fighters). Criados originalmente pela Quality Comics e incorporados à DC nos anos 1970, esses heróis menos conhecidos se tornaram protagonistas de uma das distopias mais perturbadoras do multiverso: um mundo onde os nazistas venceram a Segunda Guerra Mundial.
Tio Sam
O líder e coração dos Combatentes da Liberdade, Tio Sam não é apenas um herói, mas a personificação do espírito patriótico dos Estados Unidos. Sua origem mística sugere que ele é uma manifestação viva da crença do povo na liberdade. Na Terra-X, Tio Sam se torna símbolo de esperança em meio à tirania nazista, guiando heróis deslocados para formar a resistência. Seu poder não está apenas na força física, mas na capacidade de inspirar aqueles ao seu redor a acreditar em um futuro diferente.

Phantom Lady
Uma das figuras mais icônicas do grupo, Phantom Lady (Sandra Knight) usa sua tecnologia de “campo negro” para cegar e desorientar inimigos. Originalmente concebida como uma heroína de apelo pulp, na Terra-X ela ganha contornos de guerreira clandestina, combatendo o regime com astúcia e coragem. Phantom Lady também representa a importância das mulheres no front da resistência, algo que a diferencia em um universo dominado por figuras masculinas.

The Ray
Ray Terrill, conhecido simplesmente como The Ray, é talvez o mais poderoso entre os Combatentes. Com habilidades de manipular a luz, voar e disparar rajadas de energia, ele se torna peça central nas batalhas contra o regime nazista. O personagem simboliza literalmente a luz que combate as trevas, funcionando como metáfora da esperança que nunca se apaga mesmo nos cenários mais sombrios.

Human Bomb
Um dos membros mais trágicos da equipe, Human Bomb (Roy Lincoln) ganhou seus poderes após um experimento científico. Capaz de gerar explosões devastadoras com o simples toque, ele é tanto uma arma viva quanto um homem marcado pela impossibilidade de levar uma vida normal. Na Terra-X, Human Bomb representa o sacrifício absoluto: alguém que arriscou sua humanidade para deter a tirania.

Doll Man
À primeira vista, Doll Man parece menos impressionante que seus colegas, já que seu poder é reduzir-se ao tamanho de uma boneca mantendo a força humana normal. Mas essa habilidade o transforma em um infiltrador essencial, capaz de sabotar as operações nazistas de dentro. Apesar de parecer cômico em comparação a outros heróis, Doll Man mostra como até mesmo os poderes mais improváveis podem ser armas valiosas em uma guerra desigual.

Black Condor
Black Condor acrescenta ao grupo o elemento aéreo. Dotado de poderes de voo e sentidos aguçados, ele é um vigilante ágil que simboliza a liberdade como conceito universal. Em meio a uma realidade sufocada pela opressão, Black Condor se torna o olhar que enxerga além, o guerreiro que jamais é preso às correntes do solo.

Um grupo improvável, mas essencial
O mais marcante nos Combatentes da Liberdade é o fato de não serem deuses ou gigantes invencíveis como Superman ou Mulher-Maravilha. Eles são heróis deslocados, muitos vindos de outra realidade, lutando em um mundo que não é o seu. Essa condição melancólica — de estrangeiros que se sacrificam por uma Terra perdida — dá à equipe um peso emocional que a torna única dentro da mitologia da DC.
Na Terra-X, onde o nazismo triunfou, foram esses heróis secundários que mantiveram a fagulha de resistência acesa. E no novo DCU, com Pacificador mergulhando oficialmente nesse universo sombrio, os Combatentes da Liberdade podem finalmente ganhar o reconhecimento que merecem, aparecendo para uma nova geração como os símbolos improváveis da luta contra a tirania.