Maturin, tudo sobre o rival cósmico de Pennywise, a Coisa

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Enquanto Pennywise representa o caos, o medo e a destruição, existe no universo de Stephen King uma força de equilíbrio. Seu nome é Maturin, a tartaruga cósmica que, segundo a mitologia do autor, vomitou universos em um ato de criação. Menos conhecida do grande público, mas reverenciada pelos fãs mais atentos, Maturin é a guardiã silenciosa que se opõe ao terror de It, oferecendo uma dimensão mítica e espiritual ao Kingverse.

A origem no Macroverso

Maturin habita o Macroverso, uma dimensão além da realidade humana onde vivem entidades ancestrais. Enquanto It é predadora, faminta e ativa, Maturin é contemplativa, paciente e voltada à manutenção da ordem. Stephen King a descreve como uma tartaruga gigantesca, que flutua em meio ao vazio cósmico e, em acessos de enjoo, acaba vomitando universos inteiros. Esse ato simbólico a transforma em uma deusa da criação, oposta à essência destrutiva de It.

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Sua presença é citada em It: A Coisa e expandida na saga A Torre Negra, onde é revelado que Maturin faz parte dos Doze Guardiões do Feixe, criaturas cósmicas responsáveis por sustentar a própria estrutura da existência.

A aparição em It: A Coisa

Para o leitor desatento, a participação de Maturin em It pode passar despercebida, mas é crucial. Durante o Ritual de Chüd, o Clube dos Perdedores entra em contato com a tartaruga em uma visão. Ela não luta diretamente contra Pennywise, mas oferece orientação espiritual às crianças, sugerindo que a luta não é apenas física, mas de vontade e coragem.

Nesse momento, Maturin aparece como uma voz sábia, que lembra os protagonistas da importância da união e da fé em si mesmos. Diferente de It, que manipula mentes e se alimenta de medo, a tartaruga é uma força tranquila, quase maternal, que inspira esperança.

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Guardiã da Torre Negra

Em A Torre Negra, King amplia a função cósmica de Maturin. Ela é uma das entidades guardiãs dos Feixes, colunas metafísicas que sustentam a Torre Negra — estrutura central que mantém em equilíbrio todos os universos criados. Ao lado de outros animais míticos, como o urso Shardik, Maturin representa não apenas a criação, mas a estabilidade de toda a existência.

Essa ligação reforça a ideia de que Pennywise, como avatar do caos, não é apenas inimigo local de Derry, mas parte de um embate muito maior, no qual Maturin atua como contrapeso cósmico.

Um deus imperfeito

Apesar de seu papel grandioso, Maturin não é retratada como uma divindade onipotente. Ela é bondosa, mas limitada. Em A Torre Negra, é sugerido que a tartaruga já estaria morta ou em estado de decadência, incapaz de agir como antes. Essa fragilidade reforça o tom sombrio do Kingverse, onde até mesmo forças cósmicas de criação não são eternas.

Essa visão dá a Pennywise e a outras entidades malignas um espaço para agir sem tanta oposição, deixando o destino dos humanos ainda mais incerto.

A dualidade com Pennywise

O contraste entre Maturin e Pennywise não poderia ser mais claro. Enquanto um é o palhaço que devora crianças em ciclos de 27 anos, a outra é uma tartaruga que gera mundos e protege a realidade. Essa dualidade funciona quase como um mito de criação: caos contra ordem, destruição contra vida, medo contra esperança.

Ao colocar essas duas entidades em conflito, King eleva o terror de It a um nível cósmico. Pennywise não é apenas um monstro sobrenatural, mas a face de uma batalha eterna entre forças maiores do que a própria humanidade.

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O legado de Maturin

Embora não tenha a mesma fama popular de Pennywise, Maturin é uma peça essencial na mitologia de Stephen King. Sua presença conecta It ao universo expandido de A Torre Negra, mostrando que os horrores locais de Derry são reflexos de um equilíbrio universal maior.

Para muitos leitores, Maturin simboliza a esperança, a lembrança de que mesmo diante de forças incompreensíveis existe algo que protege e guia. Ainda assim, sua ausência ativa e possível morte tornam essa proteção instável, dando ao universo de King um caráter de tragédia inevitável.

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