Como funciona o Conclave: entenda o processo de escolha do novo Papa

Após a morte do Papa Francisco, ocorrida em 21 de abril de 2025, todas as atenções se voltaram ao Vaticano. A Igreja Católica deu início ao conclave, o processo altamente sigiloso que definirá o próximo líder da fé católica. A eleição papal, cercada de tradição e mistério, começou a ser organizada sob os olhos atentos do mundo.

O que é o Conclave e como ele acontece?

O conclave é a reunião oficial dos cardeais da Igreja Católica para eleger o novo papa. O termo vem do latim “cum clave”, que significa “com chave”, e faz alusão ao isolamento dos cardeais durante a votação. Após a morte de um pontífice, inicia-se o período conhecido como “sede vacante”, no qual o Colégio dos Cardeais passa a administrar temporariamente a Igreja.

Saiba mais sobre o Conclave

De acordo com as regras estabelecidas pela constituição apostólica Universi Dominici Gregis, o conclave precisa começar entre 15 e 20 dias após a vacância. Durante esse período, os cardeais com menos de 80 anos se hospedam na Casa de Santa Marta, no Vaticano, e participam das votações dentro da Capela Sistina. Eles juram manter sigilo absoluto e ficam completamente isolados do mundo externo, sem acesso a comunicações.

A eleição acontece por meio de votos secretos. Para ser eleito, um candidato precisa conquistar ao menos dois terços dos votos. Caso isso não ocorra após 33 votações, os dois mais votados passam a ser os únicos elegíveis, mas sem direito a voto. A votação continua até que um dos dois alcance a maioria necessária. Quando finalmente um novo papa vence a votação, uma fumaça branca sai pela chaminé da Capela Sistina — sinal que o mundo inteiro aguarda com expectativa.

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Quem pode ser o novo Papa? Veja os principais candidatos de 2025

Com o conclave previsto para ocorrer entre os dias 5 e 10 de maio, muitos nomes já surgem como favoritos. Entre os mais cotados está Pietro Parolin, atual Secretário de Estado do Vaticano, conhecido por sua postura diplomática e por representar a continuidade de um estilo moderado.

Outro nome forte é o do filipino Luis Antonio Tagle, responsável pelo Dicastério para a Evangelização. Sua imagem pastoral e seu carisma lembram bastante o de Francisco, o que o torna uma figura bastante querida entre setores progressistas da Igreja. Já Matteo Maria Zuppi, arcebispo de Bolonha, aparece como um possível candidato de consenso, especialmente por seu envolvimento em mediações de conflitos e por seu perfil pastoral.

Entre os nomes mais conservadores, destaca-se o guineense Robert Sarah, ex-prefeito da Congregação para o Culto Divino. Sua postura firme em temas doutrinários agrada a setores mais tradicionais. Por outro lado, Jean-Marc Aveline, arcebispo de Marselha, surge como uma possível escolha europeia com forte engajamento social, especialmente na questão migratória.

Além desses nomes, outras possibilidades não estão descartadas. Cardeais como Peter Turkson, de Gana, e Pierbattista Pizzaballa, Patriarca Latino de Jerusalém, também vêm sendo mencionados como opções viáveis, especialmente pela diversidade que representam.

Enquanto o mundo aguarda o anúncio do próximo pontífice, o conclave reafirma sua importância como um momento que vai muito além da espiritualidade. Ele reflete as tensões internas da Igreja, mas também revela como ela pretende se posicionar diante dos desafios contemporâneos.

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