O SBT está prestes a lançar a minissérie E Agora, Quem Vai Ficar com a Mamãe?, um projeto de apenas cinco capítulos que marca o retorno da emissora à teledramaturgia adulta. É um movimento necessário, já que a fase das novelas infantis — que em outros tempos foram fenômenos de audiência — ficou para trás, transformando-se em uma sucessão de fracassos.
Acontece que a estratégia escolhida para exibir essa estreia beira a insensatez. A emissora decidiu colocar a minissérie logo após A Caverna Encantada, uma novela que já pode ser chamada de maior fiasco da história da dramaturgia do canal.
“Estrear E Agora, Quem Vai Ficar com a Mamãe justamente após A Caverna Encantada é uma estratégia burra e que beira a loucura.”
Não há milagre que faça a audiência decolar. A trama infantil amarga péssimos índices mesmo em seus momentos decisivos e, na prática, entregará para a minissérie um ibope no fundo do poço. O problema se agrava pelo fato de que E Agora, Quem Vai Ficar com a Mamãe? tem vida curta: em apenas cinco capítulos, ela chega ao fim no mesmo dia em que A Caverna Encantada também se despede. Ou seja, a nova produção não terá tempo para respirar, crescer e conquistar público por conta própria.
Nesse cenário, a sensação que fica é a de que o SBT não soube como lidar com a minissérie. A estratégia parece ser simplesmente descartá-la, ou então revela uma ingenuidade preocupante por parte da gestão do canal.
“Lançar a produção com essa certeza de fracasso é um desrespeito com produção e elenco.”
O elenco, que reúne nomes como Stella Miranda, Joaquim Lopes e Lidi Lisboa, merecia mais do que estrear em um espaço comprometido pelo erro estratégico da emissora. Ao invés de celebrar um novo ciclo na teledramaturgia adulta, o SBT corre o risco de enterrar um projeto que poderia marcar positivamente essa retomada.
Sobre E Agora, quem vai ficar com a Mamãe
Na trama, acompanhamos Dona Maria, uma mulher de 70 anos que começa a lidar com sinais de demência. Após um acidente doméstico, seus filhos tentam organizar um sistema de rodízio para cuidar dela, enquanto conflitos familiares do passado voltam à tona. Entre reaproximações e dilemas emocionais, Dona Maria toma uma decisão impactante: considerar viver em uma casa de repouso para não se tornar um peso para a família. É um enredo delicado e atual, que merecia uma estreia planejada com mais cuidado.