O Vai que Cola é uma das sitcons brasileiras de maior sucesso de um tempo para cá e já conta com 10 temporadas com 40 episódios cada. No entanto, agora o seriado está no centro de uma grande polêmica envolvendo a demissão do autor André Gabeh.
Após a demissão de Gabeh, a equipe de roteiristas da série publicou uma carta aberta lamentando a situação e denunciando a postura tóxica de todo o elenco, incluindo Samantha Schmutz e Cacau Protázio. Diante disso, Daniel Porto, que já trabalhou na série, reforçou que o elenco age de forma ofensiva com todos os roteiristas e afirmou que todos os atores têm culpa no que acontece nos bastidores.
Confira na íntegra as denúncias de Daniel Porto:
Segundo Daniel Porto, escrever para o Vai que Cola foi um misto de oportunidade com traumas. Ele diz que sofreu com vários problemas psiquiátricos em decorrência do convívio com o elenco:
“Os quatro anos que fiquei no Vai Que Cola me trouxeram a oportunidade de escrever para a TV. Um jovem de São Gonçalo escrevendo um programa sobre o subúrbio. Porém o preço que paguei foi caro: Um BURNOUT digno de uma internação psiquiátrica, depressão e crise de ansiedade como presente pelo ASSÉDIO MORAL que era feito diariamente pelos atores e equipe de criação aos roteiristas”
O ator lembra que optou por deixar a equipe de roteiristas da sitcom, mesmo sabendo que isso lhe traria problemas financeiros:
“Aliás, financeiramente o salário é tão desrespeitoso quanto o tratamento que é dado aos roteiristas. Não importa seu currículo, um roteirista recebe entre 5/6 mil reais por mês para escrever aproximadamente 10 episódios do programa, e nem um centavo a mais pelas inúmeras reexibição do programa na TV”.
Ele continua:
“Já o Redator Final, meu caso, recebe 5 mil por episódio. E a sobrecarga de ter que reescrever o mesmo inúmeras vezes com as demandas mais loucas que vem do canal, dos atores, do departamento de figurino e tudo mais em prazos insanos. Foram madrugadas e madrugas acordado para reescrever episódios inteiros porque os atores diziam na véspera que não iam gravar, enquanto seus salários gordos caiam na conta sem a menor preocupação e respeito com o trabalho alheio.
O desdenho e o ASSÉDIO MORAL com nossos textos era diário e na nossa cara. Era DIRETO, OFENSIVO E CRUEL. Todo mundo sabia, a estrutura inteira do programa sabia e nós ficávamos vendidos tentando nos defender da maneira que nos cabia. Os nomes citados na carta são poucos. TODOS DO ELENCO, DIGO, TODOS DO ELENCO tinham comportamento TÓXICO conosco, em maior ou menor grau.
Demorou muito para que isso se tornasse público. Sempre ficamos com medo de nos expor e perder futuros trabalhos como roteirista, que são cada vez mais escassos. Demorou muito para que o pedido de socorro da equipe viesse. Demorou muito para que o óbvio fosse dito. Muito amigos se desgastaram muito emocionalmente e psicologicamente por causa dessas pessoas”
Mais sobre Vai que Cola
“Vai que Cola” é uma sitcom brasileira produzida e exibida pelo Multishow desde 8 de julho de 2013. Criada por Leandro Soares e dirigida por João Fonseca e Regis Faria, o programa é baseado nos moldes popularizados por Miguel Falabella em “Sai de Baixo” e “Toma Lá, Dá Cá” com humor popular e plateia ao vivo presente no estúdio. A classificação indicativa da sitcom é “não recomendado para menores de 12 anos”. A série tem 10 temporadas, cada uma com 40 episódios.
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