Adão Negro estreou oficialmente hoje (20) nos cinemas e tem dividido a opinião da crítica especializada. O filme figura com decepcionantes 48% de aprovação dos críticos no Rotten Tomatoes, mas tem 89% de aprovação do público. O consenso geral dos críticos agregados ao site diz que o filme promete um futuro emocionante para o DCEU, mas isoladamente é uma decepção. Mas afinal, o que nós achamos do novo filme do Universo Estendido da DC? Confira a seguir nossa crítica [SEM SPOILERS]
A história do filme
“Adão Negro” tem uma história simples e de fácil compreensão, talvez até demais. No geral, o filme visa contar a origem de Teth-Adam, sua motivação e a ameaça que significa ao mundo. Cumpre muito bem esse papel. Mas algumas vezes as cenas de ação sobrepõem o roteiro em si, o que pode gerar incômodo. É claro que o filme não pretende ser profundo ou levantar grandes questionamentos. Jaume Collet-Serra regressa a uma época em que éramos menos exigentes (ou chatos) com filmes de super-heróis, entregando uma história simples adornada de batalhas épicas. Nos faz lembrar o início desse império cinematográfico baseado em quadrinhos, quando queríamos mesmo ver os heróis em ação.
Ponto negativo da história talvez seja o vilão SABBAC, que é interessante, mas esquecível. Fato é que, no fim das contas, o filme quer apresentar o próprio Adão Negro como vilão do DCEU e faz isso.
A atuação de The Rock e o elenco
Dwayne Johnson não é conhecido por ser um ator excepcional ou repleto de camadas, na verdade, ele sempre parece interpretar o mesmo personagem. Em “Adão Negro”, as coisas não são tão diferentes. The Rock é o grandalhão marrento e imponente como de costume, porém é nítida sua vontade de entregar um bom anti-herói. Consegue. O elenco ainda traz excelentes atuações, com destaque para Pierce Brosnan como o Senhor Destino. O personagem é incrível como promete ser, embora não seja foco da narrativa, e deixa aquele gostinho de quero-mais.
Aldis Hodge também está entregue ao Gavião Negro e supera as expectativas em torno do herói. Noah Centineo e Quintessa Swindell não chegam a brilhar, mas fazem um bom trabalho como Esmaga-Átomo e Cyclone. Com uma participação pontual, Viola Davis revive mais uma vez Amanda Waller, entretanto a personagem parece um tanto deslocada dessa vez. Ver Waller como uma espécie de mentora da Sociedade da Justiça não faz muito sentido.
Ação, muita ação
No fim das contas, “Adão Negro” é um filme de ação de super-heróis e deixa isso bem claro. Se você curte sequências de batalha com aquele peso típico da DC, vai encontrar aqui. O longa é frenético e entrega muito quando o assunto são cenas de combate dignas de quadrinhos. Jaume Collet-Serra abraça toda a violência e exagero típicos dos quadrinhos e não tem vergonha de trazer isso para as telonas. Tudo isso somado aos efeitos visuais realmente incríveis entregam muita empolgação ao público e prende sua atenção de ponta a ponta.
O filme cumpre uma de suas principais promessas, trazendo um personagem realmente poderoso. Adão Negro se mostra extremamente brutal em cada cena e pode ser considerado o personagem mais experiente em combate do DCEU até o momento. É claro, experiência não quer dizer extensão de poderes.
Conexão com o DCEU
“Adão Negro” traz algumas conexões com o Universo Estendido da DC, a exemplo da própria Amanda Waller. Mas é nítida sua intenção de apresentar o futuro desse universo acima de qualquer coisa. Especulando, parece que o DCEU pretender trazer o Adão Negro como o desafio a ser vencido no futuro, como acontece na concorrência Marvel. Isso fica subentendido em uma das cenas pós-créditos do filme (sim, são duas).
O meu palpite é que Adão Negro se torne uma ameaça para todo o DCEU, uma espécie de Thanos. Isso deve ser desenhado aos poucos nos próximos projetos, como Shazam! 2 e o próximo filme do Superman.
Resumo
Os pontos positivos de Adão Negro são suas cenas de ação, efeitos e personagens. Pierce Brosnan e Aldis Hodge se destacam e The Rock faz um bom trabalho. As cenas pós-créditos cumprem o papel de nos deixar empolgados para o futuro com louvor. Os pontos negativos são o roteiro simplista, o vilão pouco explorado e alguns diálogos forçados. No geral, é um bom filme e vale o ingresso.
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